quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pelos trilhos da história - Parte II

O post sobre a antiga estrada de ferro, especialmente o trecho Diamantina-Barão de Guacuí, gerou uma boa discussão e vários comentários. Transcrevo abaixo um desses comentários devido ao seu rico conteúdo que nos leva a algumas reflexões importantes:

"Esse post nos permite iniciar uma longa e bela viagem pelos caminhos do "trem de ferro", marca indelével da Cultura Mineira. Destruídas que foram as estradas de ferro pelos interesses econômicos hegemônicos, digamos, "alienígenas”(sem xenofobias!), resta-nos as marcas do que foi, certamente, o meio de transporte mais utilizado por muitos brasileiros que a eles tiveram acesso, principalmente os de renda mais baixa. Fui um desses privilegiados (não pela renda, mas pelas viagens do trem!). Guardo com muita emoção as lembranças das viagens Caparaó-Carangola (Zona da Mata Mineira), no percurso pelas encostas das Serras do Caparaó (onde fica situado o Pico da Bandeira, com 2.890 m) e da Caianna. 

Sugiro a continuidade dos posts, seguindo o traçado do ramal que ligava Diamantina até Corinto, atravessando o Espinhaço, com sua paisagem singular.

E quem sabe, ampliando para Minas Gerais, que já possuiu uma das mais extensas malhas ferroviárias do Brasil.

Constata-se, atualmente, uma leve retomada do uso das ferrovias para transporte de passageiros, principalmente no setor turístico, sendo que o crescimento da rede se dá essencialmente no setor de transporte de cargas, o que não era sem tempo, considerando as dimensões continentais de nosso país. 

Sonho com a possibilidade de um dia poder reutilizar o trem como meio opcional de viagem, e reviver as experiências lúdicas, e por isso mesmo prazerosas, das vivências da infância/adolescência, quando ia e voltava pela Estrada de Ferro Leopoldina, com a parada obrigatória em Caianna, na casa de vovó Clarinda, que ficava aproximadamente no meio da viagem do percurso acima mencionado.

Impossível não concordar quanto à beleza que seria uma viagem de trem de Diamantina - B. do Guaicuí. Mas, por que não até Belo Horizonte, ou vice-versa? Fico analisando como são fortes os interesses da ind. automobilística! E isso num tempo de aquecimento global, quando cada automóvel, em média, despeja na atmosfera que respiramos cerca de 300g. de monóxido de carbono por cada quilometro rodado. Mais barato e menos poluente pela tonelagem de carga deslocada somente o feito por navios ou o transporte fluvial. Por falar nisso, no séc. XIX, o Richard Burton saiu de Sabará e foi até o Atlântico de barco. (Viagem de Canoa de Sabará ao Oceano Atlântico, Editora Itatiaia) Mas isso já é tema para mais um dedo de prosa, acompanhada, é claro por um cafezinho e um pedaço de queijo!"

Autor: Gladistone Gripp

Um comentário:

  1. Fernando, conheço esta estrada, depois de Cons. Mata, tem a serra da Tocaia, é uma maravilha. Se vc tiver oportunidade vá conhecer.

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