segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vamos nos mexer para não sermos desconvidados!

Autor: Ricardo Lopes Rocha

Nesta semana, tenho um outro assunto que gostaria de escrever. Recebi visita de amigos de São Paulo no final de semana passado, e como não poderia deixar de ser, disse a eles: venham mesmo! Hoje (sábado, dia 9) vai ter Vesperata e vocês não podem deixar de conhecer! Rever amigos de longe é sempre muito bom e a conversa fluiu sem que a gente sentisse o tempo passar. Como sei que o espetáculo é pontual, nos apressamos mas chegamos depois do início. Eu havia ido a uma Vesperata no mês passado, mas nesta agora percebi uma modificação: a ridícula fitinha preto e amarela foi colocada mais para fora, deixando apenas a calçada para a movimentação de pessoas fora do cercado. Passei, junto com meus amigos, uma situação meio vexatória, com dificuldade de locomoção num logradouro público em minha cidade natal, tendo que passar com eles, nos apertando entre uma e outra pessoa, desequilibrando aqui, dá licença acolá, prestando atenção para não pisar no pé de alguém. Finalmente, chegando a um ponto mais aberto, ficamos por ali. Enquanto curtia as músicas, matutava: o público de Diamantina, que comumente se ajeita nas calçadas, à beira do cercado, está sendo empurrado mais para fora aos pouquinhos. Pensei: estou sendo desconvidado! Não posso escrever que a passagem naquela rua foi interrompida porque isso não aconteceu, mas que o desconvite foi feito, eu senti, mesmo que nas entrelinhas. Deste turbilhão de pensamentos me surgiu o temor de que um espetáculo tão bonito e que começou de forma tão natural possa ser desvirtuado se nesta reformulação, não forem tomarem cuidados para conservar as características originais. E assim também pode ocorrer com outras coisas em Diamantina que torna-se a cada dia mais eclética. Amigos Diamantinenses, se não quiserem ser desconvidados de curtir em plenitude o prazer de viver nesta cidade com toda a sua naturalidade, que tomem cada um sua atitude; que cada um cumpra sua parte como cidadão. Olhando para esta terra há olhos atentos que vigiam por todos os lados e observam por todas as frestas. A ficarmos no marasmo, nosso lugar será cedido. Devemos estar atentos!”

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