quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Grupo Madame Teatro apresenta espetáculo sobre Oscar Wilde no Teatro Santa Izabel

Grupo mineiro MADAME TEATRO, apresenta com entrada gratuita, o espetáculo “EM LOUVOR À VERGONHA” sobre OSCAR WILDE, com direção de Diego Bagagal

Em Louvor à Vergonha

Com concepção e direção do ator Diego Bagagal (diretor de “BATA-ME! (Popwitch)”; “Lilimão”; “Pop Love” e assistente de direção de “Eclipse” - Grupo Galpão), trilha sonora original de PJ (baixista e fundador da banda mineira Jota Quest) e trilha em violino barroco e dramaturgia musical de André Cavazotti (violino barroco), o espetáculo investiga a partir da interdisciplinaridade do teatro, dança e a música, a trajetória de ascensão e queda de um dos maiores gênios da literatura mundial, Oscar Wilde.

Diamantina recebe o grupo Madame Teatro com o espetáculo Em Louvor à Vergonha, dias 20 e 21 de setembro, e a oficina Consciência/Ação/Criação, dias 19 e 20/09. O espetáculo acontece no Teatro Municipal Santa Izabel, com o ator e diretor Diego Bagagal. Ele também ministra a oficina no Campus da UFVJM na sexta (19), das 14h às 18h, e no sábado (20), das 08 às 12h. Todas as atividades são gratuitas e as inscrições para a oficina devem ser feitas com antecedência pelo e-mail martim@madameteatro.com.

Em Louvor à Vergonha

Autor de obras importantes como O Retrato de Dorian Gray, O Marido Ideal e De profundis, Oscar Wilde também ficou conhecido por seu visual Dândi e seu comportamento irreverente, que marcou a construção de valores e influenciou toda uma geração que começava a pensar e a viver a modernidade.

Figura polêmica, Wilde era cheio de frases provocativas que contestavam e faziam tremer a sociedade inglesa da época, como: “Ser natural é a mais difícil das poses” ou “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existe”. Mais de um século após a morte de Oscar Wilde (1854 – 1900), o autor manteve sua importância na literatura mundial. Suas ideias, que levaram a várias transformações comportamentais e culturais na época, continuam ecoando nos dias de hoje e nunca se fizeram tão atuais.

Motivado pela personalidade de Wilde e sua importância, desde 2009, pelo Grotowski Institute na Polônia, Diego Bagagal começou a pesquisar a obra e biografia do autor irlandês. Depois de longo período de investigação artística, o ator estreia agora seu primeiro trabalho solo, em homenagem ao gênio da literatura Mundial.

Numa leitura atual, Em Louvor à Vergonha mostra Wilde em delírio, na última hora de sua vida. Uma profusão de fragmentos cênicos desenha a poética da ascensão e queda que marcou a existência do escritor. Esse movimento de altos e baixos na vida de Wilde é revelado em cena por um ringue de boxe, com assaltos marcando passagens biográficas e contagens de tempo após as quedas, que anunciam, segundo a segundo, o fim trágico.

Essa estrutura evoca o julgamento do artista pelo olhar moral da sociedade, em referência a um momento decisivo de sua trajetória. As regras do boxe moderno foram definidas, na segunda metade do século XIX, pelo Marquês de Queensberry. Queensberry também foi autor de uma denúncia contra a suspeita de um caso envolvendo seu jovem filho, Alfred, e Oscar Wilde. Logo depois, o escritor foi preso sob a acusação de sodomia.

Em Louvor à Vergonha perpassa cenas biográficas, como o midiático tribunal que julgou e condenou Wilde, e mergulha em seu universo literário. A construção dramatúrgica do espetáculo, entretanto, não se ateve às obras teatrais do escritor, já amplamente conhecidas e discutidas. “Busquei cartas, diários, caricaturas do século XIX, fotografias e textos da época em várias traduções, e outras que nem tiveram tradução. Passei a selecionar trechos que reverberavam diretamente em minha alma”, conta Diego Bagagal. Com isso, aparecem no espetáculo citações de obras densas como “De Profundis” (escrita em cárcere), mas também de seus contos infantis e uma gama de vozes que discutem arte, juventude, a morte e, principalmente, o tal amor que não ousa dizer seu nome. Além de textos do Marquês de Queensberry e Lord Alfred Douglas, inéditos no Brasil.

Interdisciplinaridade com a música

Além do texto, durante o processo criativo, a música foi ganhando um espaço importante na construção da dramaturgia cênica. Durante todo espetáculo, Diego dialoga em diversos momentos com a música pulsante, angustiante e moderna do PJ Jota Quest, e com as interferências sonoras e românticas compostas pelo violinista barroco André Cavazotti. O resultado é uma atmosfera soturna e inquietante, que revela o delírio e a loucura de Wilde, pouco antes de morrer.

Por fim, o público é convidado a assumir uma posição de voyeur, íntimo de confrontos que redefiniram a criação artística e os dilemas morais: “Ele era midiático, sabia disso e provocava isso. Foi o primeiro homem moderno”.

“Na industrial e cinza era Vitoriana, Wilde criou o esteticismo, que pregava ‘a arte pela arte’. Ele lutou até os últimos segundos de sua vida por um lugar mais belo, dizia que  ‘queria te levar para um lugar quente e colorido”, afirma Bagagal.

SERVIÇO

→ Diamantina
[espetáculo] Dias 20 e 21 de setembro, sábado e domingo
Horário: 20h
Entrada gratuita
Classificação: 16 anos
Teatro Municipal Santa Izabel
Praça Don Joaquim, 166 | Diamantina | Telefone: (38) 3531-7180

[oficina] Consciência/Ação/ Criação, ministrada por Diego Bagagal
Dias 19 e 20 de setembro
Sexta, das 14h às 18h e sábado, das 08h às 12h
Inscrições gratuitas pelo e-mail martim@madameteatro.com
Local: Campus I da UFVJM | Rua da Glória, 187, Centro | Diamantina

Consciência/Ação/Criação

A oficina Consciência/Ação/Criação adota os movimentos fundamentais da vida - natureza, homem, tempo e espaço - como a fonte principal da inspiração criativa, buscando introduzir esses movimentos à criação dramática.

O artista-participante, a partir das vivências propostas, é convidado a uma compreensão/reflexão de que todo o ato criativo não é uma invenção, mas uma descoberta expressada através de uma visão artística pessoal, objetiva ou subjetiva - uma transposição cênica impulsionada por improvisações, jogos cênicos, espaços abertos criação individual e também colaborativa.

A oficina conta com vivências nos territórios teatrais da Pedagogia Jacques Lecoq, como o Clown, o Bufão/Grotesco, o Trágico, o Melodrama e a Máscara Neutra.

SITE
www.madameteatro.com

SINOPSE

Em Louvor à Vergonha” mostra Oscar Wilde, autor de “O Retrato de Dorian Gray”, em delírio, na última hora de sua vida. Fragmentos cênicos e musicais revelam passagens marcantes da trajetória do controverso autor irlandês - do sucesso ao trágico julgamento midiático por assumir sua homossexualidade em plena Era Vitoriana, Séc. XIX.

Ficha técnica

“Em Louvor à Vergonha”

Textos: Oscar Wilde, Lord Alfred Douglas e Marquês de Queensberry

Concepção, direção e dramaturgia: Diego Bagagal

Trilha sonora original: PJ Jota Quest e André Cavazotti (Trilha em Violino Barroco)

Dramaturgia Musical: André Cavazotti

Elenco: Diego Bagagal, Fábio Schmidt (ator convidado), André Cavazotti (Violinista Barroco em cena: stand by: João Antônio)

Assistente de direção: Martim Dinis

Assessoria artística: Daniel Toledo

Cenografia: Amanda Gomes

Cenotécnica: Helvécio Izabel

Desenho de luz: Rodrigo Marçal

Caracterização: Lucas Costa

Figurinos: Diego Bagagal

Costura: Elionaide Andrade

Projeto gráfico: Amanda Gomes

Trailer e fotografia de divulgação: Ronaldo Jannotti (La Caffetteria Produções)

Filmagem para TV: Shirley Fraguas

Registro audiovisual: Marília Rocha
Produção: Martim Dinis e Diego Bagagal

Apoio cultural: CentoeQuatro, La Caffetteria Produções, Anavilhana e Spica Video Produtora: Carabina Cultural

Realização: MADAME TEATRO

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

Diego Bagagal

Diego Bagagal já tem uma trajetória reconhecida, com encenações na Europa, EUA e Brasil (como “Pop Love”, “BATA-ME! (Popwitch)” e “Lilimão”), tendo sido o diretor mais jovem de todas as edições do Oficinão do Galpão Cine Horto e colaborador artístico e assistente de direção de Jurij Alschitz, no espetáculo “Eclipse”, do Grupo Galpão. Agora, Diego Bagagal com “Em Louvor à Vergonha” aponta novas perspectivas artísticas para o recém-fundado Madame Teatro.

A convite do diretor Thomas Prattki (ex-diretor pedagógico da École Jacques Lecoq em Paris) curssou a pós-graduação em Creating Theatre and Performance (“Criação Teatral e Performance Cênica”), na London International School of Performing Arts (LISPA).

É bacharel em Comunicação Social pelo Centro Universitário Newton Paiva, e ator técnico profissional pelo Teatro Universitário/ Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e foi bolsista em dança (contemporânea, ballet moderno, clássico e jazz) pelo Primeiro Ato Centro de Dança.

Em novembro de 2013 estreou “Polissonografia” da Cia Bárbara, como diretor assistente de Júlio Maciel.

Em janeiro de 2013 estreou o espetáculo BATA-ME! (Popwitch), a convite de Ione de Medeiros, finalizando seu mergulho pela cultura pop, apresentando-se dentro da programação do festival Verão Arte Contemporânea – VAC 7, em Belo Horizonte. ‘BATA-ME! (Popwitch)’ foi convidado da mostra oficial do ‘Festival Sydney Gay and Lesbian Mardi Gras,’ apresentando-se no final de fevereiro de 2014 em Sydney, Austrália.

Em 2011, integrou a equipe do espetáculo Eclipse do Grupo Galpão (Belo Horizonte/ Brasil), como diretor assistente de Jurij Alschitz e coordenador de ensaios e pesquisa.

Em seu repertório estão a concepção e direção da Trilogia Happy End (The Witch and The Frog - Pop Version (LISPA/Londres/2009); Pop Love (Oficinão/BH/2010); BATA-ME! (Popwitch) (VAC/BH/2013); além do premiado infanto-juvenil Lilimão (2006),

Como preparador de atores trabalhou no espetáculo “Delírio e Vertigem”, com direção de Rita Clemente, e foi assistente de Inês Peixoto na preparação da minissérie de Luis Fernando Carvalho, Suburbia (2012).

Como ator esteve no Grotowski Institute (Polônia) onde trabalhou um solo a partir da obra Salomé de Oscar Wilde sob supervisão de Grzegorz Ziolkowski. Em 2010 integrou o elenco de “Estracci Della Memoria” apresentando-se no Festival Laboratorio Interculturale De Pratiche Teatrali (Teatro Potlach), com o grupo Instabili Vaganti, e continuou suas buscas ao universo Wildeano sob orientação de Anna Dora Dorno. No mesmo ano integrou o elenco de Batmama, apresentando-se como ator no Minnesota Fringe Festival (EUA).

Em 2011 foi considerado um “Novo Talento e Artista Revelação” pela revista Brasileira “Encontro” na edição 01/2011: Personalidades de 2010.

Website: www.diegobagagal.com

Madame Teatro

MADAME TEATRO é um grupo fundado em 2012 pelos artistas Diego Bagagal, Martim Dinis, Amanda Gomes e Lucas Costa com o intuito de realizar obras artísticas interdisciplinares e multiculturais.

O grupo possui em repertório o espetáculo multicultural ‘BATA-ME! (Popwitch)’, com atores de três nacionalidades, estreado em janeiro de 2013 no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna em Belo Horizonte, a convite do prestigiado festival Verão Arte Contemporânea – VAC 7.

‘BATA-ME! (Popwitch)’ é convidado da mostra oficial do Festival Sydney Gay and Lesbian Mardi Gras, no final de fevereiro de 2014, em Sydney, na Austrália.

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