sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Voz de Diamantina: com chuva ou sem chuva eu vou para lá

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Com chuva ou sem chuva, eu vou pra lá - este introito de uma música carnavalesca de mil novecentos e antigamente é a própria afirmação da força irresistível da maior festa popular brasileira. Marchinhas imortais como esta só podem ter nascido no Rio de Janeiro, a capital da folia. Copacabana, romances ao luar e nem mesmo amar em Paquetá diminuiriam o tamanho de Jacarepaguá - o maior lugar do mundo - segundo este contagiante grito de carnaval. Flagrei-me a cantarolar esta curta, alegre e bem humorada letra quando as primeiras chuvas de verdade caíram finalmente sobre esta terra abençoada. Depois de ver durante todo este verão seco e escaldante o céu amanhecer sem uma única nuvem, azul como ele só, que alívio nos trouxe a chuva. Ela chegou meio preguiçosa como a desmoralizar alguns tímidos relâmpagos e distantes trovoadas. Com respingos salteados que mal conseguiam impregnar os ares viciados daquele cheirinho gostoso de terra molhada. Que os antigos acreditavam causar gripe. Mas para desafogo geral, ela veio do jeito que as plantinhas gostam: às vezes mansinha, outras, nem tanto; ora grossona, noite e dia sem parar. Que bom escutar novamente o barulho das enxurradas! O calçamento brilhando de tão lavado e limpo. E o cinzento da Serra do Cruzeiro matizado pelo reverdecer de matinhos e musgos, nalguns pontos, até cortada por cachoeiras temporãs.

Mesmo com adivinhos meteorológicos anunciando dias de sol e tardes com chuvas ocasionais, o diamantinense, que nunca confiou nem na Folhinha Mariana, começou a temer pelo ‘melhor carnaval do país’. Pode ser até divertido sambar na chuva. E refrescante. Mas quando as águas descem para valer, do Zé Pereira à quarta-feira de Cinzas, a frustração e os prejuízos são muito grandes. Principalmente agora que a nossa famosa e concorrida folia está sendo reinventada. Quando o som frenético de bandas famosas e badaladas - nunca ouvidas por aqui em outros carnavais - retumbar de entremeio com as baterias da Bartucada e da Bat-Caverna, Diamantina não caberá em si mesma.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 705, de 14 de fevereiro de 2015

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