domingo, 8 de março de 2015

Jovens quilombolas: identidadee literatura e Vargem do Inhaí/Diamantina/MG

Autoras: Ana Flávia Andrade de Figueiredo e Juliana Helena Gomes Leal

Esta apresentação discorrerá sobre a execução do projeto de extensão/cultura Jovens Quilombolas: identidade e literatura em Vargem do Inhaí/Diamantina/MG, coordenado pela professora Ana Flávia Figueiredo da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. O projeto intenciona produzir, em conjunto com jovens quilombolas de Vargem do Inhaí, material literário infanto-juvenil que expresse o imaginário ou imaginários quilombola(s) dessa comunidade para que, a posteriori, possa ser apropriado por equipamentos e movimentos culturais locais e inserido na estrutura da educação escolar do município de Inhaí ou de outras localidades que por ele se interessem. A metodologia de trabalho para produção desse material se referenciará nos dispositivos e técnicas (os círculos de cultura, por exemplo) da educação popular, inspiradas na “pedagogia do oprimido” de Paulo Freire (1977), via de acesso a um processo educativo libertador que possibilite a construção do ser mais. Ato humanizador que reconstrói a lógica massacrante instaurada entre opressores e oprimidos por meio de um diálogo recíproco de consciências. O exercício da narração ou da fabulação, ligada à noção de sujeito, oferece condições de ampliar o entendimento sobre o si mesmo, formando uma compreensão histórica mais significativa desse si mesmo no e diante do mundo a partir do contato com representações artísticas várias ligadas ao repertório cultural afrodescendente e quilombola. Repertório que permitirá, segundo a escritora nigeriana Chimamanda Adishie, que a perpetuação de uma única narrativa (normalmente a hegemônica) sobre negros, povos e países não se converta em textualidade exclusiva, porque incompleta, para apresentar as identidades desses sujeitos. Permitir, portanto, a apropriação do verbo (falado, escrito, desenhado, imaginado...) pelos jovens quilombolas de Vargem do Inhaí nos parece um caminho justo para que eles possam (re)encontrar-se e (re)conhecer-se e, consciente e autonomamente, penetrar política e ativamente no mundo a partir de seu lugar de enunciação afrodescendente.

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