sexta-feira, 8 de maio de 2015

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (28)

Becos estreitos, tortuosos, aladeirados. Esquinas ora convenientes ora inoportunas. Treliças, muxarabiês, chafarizes. Portas de rangidos conspiratórios. Rótulas que se fecham e abrem furtivamente. Cochichos reprimidos, olhares de soslaio. - A que lembranças me remetem esses recantos obscuros, esses pormenores de construção, esses viveres cautelosos? Que época me evoca esse clima tenso de conversas entrecortadas, de silêncios reveladores? Que gentes povoariam esses nascentes arruamentos? Escravos, mucamas, reinóis, degredados, galés, tropeiros, mascates, garimpeiros, padres, prostitutas, contrabandistas, intendentes, contratadores? Todos estes personagens que me parecem familiares. Assim como os ambientes que impunham a escolha de palavras, o sopesar de assuntos, a manha da dissimulação? Só vislumbro um cenário com tais peculiaridades: o Arraial do Tijuco.

O correr da pena indicará que essa aldeia de antanho se encaixa na história impressionante que passarei a contar. Assim como seus atores. Tudo começou com uma carta achada numa velha chaminé dentro de um pequeno baú cheio de patacas de ouro. Escrita por um homem atormentado por ter participado de um grande roubo e incriminado um inocente. Que preso, degredado, perdeu toda sua enorme fortuna e caiu em completa desonra. Mas tempos depois, arrependido e bafejado pela sorte numa riquíssima lavra de diamantes, confessou numa carta a maquinação que ele e três cúmplices armaram para furtar grande volume de diamantes e ouro da intendência. Detalhe instigante: esse formidável tesouro permaneceu intacto. E muito bem escondido. Padre Rolim, que escutara em confissão o autor da carta, influenciou-o a destinar o fruto da rapinagem a uma causa muito nobre: o embrionário movimento da Inconfidência Mineira.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 717, de 09 de maio de 2015

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