sexta-feira, 24 de julho de 2015

Leia nesta semana na Voz de Diamantina


              A autoestima do diamantinense é movida por acontecimentos aparentemente fortuitos. Como, por exemplo, a vesperata, nascida não por acaso no momento em que a cidade pleiteava, sem muita convicção, o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. O que se deu naquela época? Juntou-se uma grande embora tênue esperança com a redescoberta da musicalidade, rico tesouro que mais parecia um dote natural que dormitava no seio de cada família tijucana. Sempre afirmei que a vesperata alçou o amor-próprio do diamantinense a píncaros nunca dantes nem imaginados. Assim como ousarei agora asseverar que este velho e misterioso burgo nunca precisou tanto de algo simples, mas surpreendentemente mágico, para revelar, mais uma vez, que a predestinação para a grandeza nunca lhe falhará, mas terá sempre de contar com a cumplicidade de seus filhos e moradores.
              Recentemente, ponderei num editorial que se algum dia surgisse um prefeito que restaurasse o nosso belo e singular calçamento de pedras, Diamantina teria de erigir-lhe uma estátua ou uma imagem. Ou ambas, se tal empreitada recuperasse não apenas este forte complemento arquitetônico da cidade, mas também uma arte que se perdeu nos tempos. A estátua premiaria a visão, a sensibilidade e a capacidade administrativa desse ainda fictício gestor público. E a imagem entronizaria no altar quem viu, sentiu e viveu sua cidade com o respeito, a liturgia e a elevação que só merecem os mais sagrados templos.
              Estes devaneios me saem da pena na manhã de quinta-feira, 23 de julho, na entrada do quarto dia em que operários da prefeitura, da Copasa, velhos e experimentados calceteiros começam a assentar as primeiras fileiras de pedras-guias num trecho-piloto em frente à catedral. Em seguida, seus vãos em quadriláteros serão preenchidos com pedras-matacão. A grande novidade na empreitada é tão velha quanto a Via Ápia romana: não entra ali nem poeira de cimento.
              Parte do editorial da Voz de Diamantina, edição 728, de 25/07/2015

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